quinta-feira

Os melhores textos da imprensa pernambucana em dose dupla

No JC, o vocalista da Lady Murphy ficou espremido na página de serviços e deu conta do recado com elegância. Na Folha, Bruno lança luz histórica - no seu gonzo style - ao trabalho. Aqui no blog - contrariando a diplomacia severina - eu lanço uma pergunta às futuras gerações: auto-sabotagem, mito ou verdade?

31/08/2006
Os melhores trabalhos visuais do Mundo Livre
Banda lança videoclipe de duas músicas hoje no Teatro Apolo

Bruno Nogueira

Reza a lenda que Fred 04, vocalista do Mundo Livre S/A, é um dos mais criativos marketeiros musicais da cidade. Uma vez bolou a idéia de colocar Roger de Renor numa bicicleta circulando pelo Recife tocando o disco da banda numa pequena caixa de som. E mesmo que o próprio negue as sacadas mirabolantes, algumas que acabam tomando forma apontam para uma provável verdade nessas histórias. Como, por exemplo, liberar todas as músicas do disco “Bebadogroove” para quem quisesse fazer um videoclipe. O resultado são os vídeos de “Laura Bush Tem Um Senhor Problema” e “Carnaval Inesquecível na Cidade Alta”, que serão lançados hoje com festa no Recife Antigo.

Produzidos pela Orquestra Cinema, com assinatura de Pedro Severien, os dois vídeos vão dar muito orgulho para o Mundo Livre S/A. Diferente dos últimos clipes produzidos no Recife, que conseguem se resolver em filmagens curtas de estúdio e muito uso de animação, as músicas ganharam uma narrativa grande, com vários cenários, muitos personagens e edição esperta. Em comum, ambos tem a presença da atriz Hermylla Guedes, a mesma que esteve em “Cinema, Aspirinas e Urubus”. Com uma visão maior de cinema, são os melhores trabalhos visuais da grife Mundo Livre.

A história dos vídeos casam com a música. Em “Laura Bush”, filmado em várias locações da cidade, a bem humorada manchete de jornal estampa que “Gaia presidencial acaba em guerra”. E enquanto a primeira dama circula pela beira-mar em busca de um porre salvador, conhece outra mulher que a leva até a periferia. Mas elas são um subtexto. Desviam a atenção para a história principal que é contada através de televisões, cartazes e comentários de coadjuvantes. O sumiço e romance homossexual entre elas - que é mostrado sem muita ofensa visual - é pano de fundo para a fúria de um político que começa a avançar violentamente contra os rivais.

Já o “Carnaval” Inesquecível cai mais fácil no lugar-comum. É o clichê da mistura da festa real e da imaginada, com um bêbado transitando entre realidades físicas e sonhadas. Vai agradar quem é fã da estética David Lynch, com o aleatório montando um quebra-cabeça quase sem fim de fatos. Um frentista travesti, uma garota punk e o Mundo Livre se cruzam numa rave em câmera lenta. O ritmo é dado pelo canto devagar de Fred 04, criando um ambiente sufocante onde o espectador fica a cargo de criar sua própria ressaca.

Somar essa qualidade com a criatividade de Fred 04 e do Mundo Livre é prever que esses vídeos vão estar circulando muito em breve pela Internet e caminhos mais acessíveis. Depois da exibição pública que eles farão hoje no Apolo, é certo também que fica plantada essa necessidade de expressão visual da banda. E, como a história já provou, o que esses caras plantam ecoa em toda cidade.

Serviço
Lançamento de clipes para o Mundo Livre
Hoje, às 18hTeatro Apolo
Rua do Apolo, Recife Antigo

MÚSICA
Mundo Livre S/A em dose dupla
Publicado em 31.08.2006

A nova fase de independência total da banda Mundo Livre S/A gera novos experimentos. Hoje, a partir das 20h, no Cine-teatro Apolo, acontece o lançamento de dois videoclipes realizados pela produtora local Orquestra Cinema, que faz sua estréia no mercado. Os trabalhos ilustram as canções Carnaval inesquecível na Cidade Alta e Laura Bush tem um senhor problema, ambas do álbum mais recente do grupo, Bebadogroove vol. 1: garagesambatransmachine. O acesso é gratuito.

Após o amplamente divulgado O outro mundo de Xicão Xucuru, vídeo modesto realizado pela TV Viva, Fred 04 & cia. e a produtora associada apostam em produtos com padrão de qualidade internacional, rodados em Super 16 mm e finalizados em vídeo digital. A direção dos dois clipes ficou a cargo de Pedro Severien, cineasta que estreou há sete anos com obras experimentais e, após um período de amadurecimento com formação e prática no exterior, inaugura sua própria produtora, a Orquestra Cinema.

De acordo com o diretor, a idéia inicial era fazer apenas um videoclipe. Contudo, frente à mão-de-obra que seria viabilizar um material com tamanha qualidade (câmeras e alguns técnicos vindos de São Paulo, onde também ocorreria a finalização), banda e realizadores modificaram o projeto para fazer dois clipes. O patrocínio é da Chesf e da Prefeitura da Cidade do Recife.

Carnaval..., o que exigiu maior esforço da produção, foi quase inteiramente rodado em estúdio (improvisado num galpão cedido pelo DER). O clima lembra uma mistura dos clipes Losing my religion e Drive, do R.E.M. O objetivo foi recriar a faceta noturna do Carnaval de Olinda, segundo o autor absurda, fantasmagórica e expressionista. Também aposta num tom crítico de um período em que tudo é esquecido em prol de festa e muita bebedeira.

Já Laura Bush é mais livre, câmera na mão, cinema pós-anos 90 que faz crítica com irreverência. É protagonizado pela esposa (a atriz Hermila Guedes, também de Carnaval...) de um político-empresário alcoólatra e arrogante que resolve conhecer o Centro e a periferia do Recife. (M.T.)

Lançamento dos clipes Carnaval inesquecível na Cidade Alta e Laura Bush tem um senhor problema, da banda Mundo Livre S/A – hoje, às 20h, no Cine-teatro Apolo (Rua do Apolo, 124, Bairro do Recife. Fone: 3224-1114). Entrada franca

quarta-feira

Diário de Pernambuco resenha clipes (30.08.2006)

cavani (o sósia de Dani Azevedo) botou pra fuder - um dia antes - e foi ultra-cuidadoso na apuração da história por trás dos clipes. mas contou o final de uma das histórias... tem nada não ; )

Mundo Livre faz cinema com novos videoclipes

Banda aposta na narrativa de ficção para interpretar visualmente as músicas Laura Bush tem um senhor problema e Carnaval inesquecível na Cidade Alta
JÚLIO CAVANI DA EQUIPE DO DIARIO

Um mês antes de Mombojó e Nação Zumbi concorrerem a prêmios na MTV, a Mundo Livre S/A lança, nesta quinta, seus dois novos videoclipes, talvez os melhores de sua carreira. Dirigidos por Pedro Severien, os vídeos são livres interpretações visuais para as músicas Laura Bush tem um senhor problema e Carnaval inesquecível na Cidade Alta, com qualidade técnica que impressiona.

Os dois clipes são completamente diferentes entre si, mas compartilham, além da música da banda, uma estrutura narrativa de ficção, como se fossem pequenos curtas-metragens. Ambos também têm uma equipe de produção semelhante e a presença da atriz Hermylla Guedes, que participou do filme Cinema, aspirina e urubus e vai ao próximo Festival de Veneza como protagonista de O céu de Suely, do cineasta cearense Karin Ainouz. Laura Bush é filmado em locações abertas do Recife e tem uma lógica mais sóbria, apesar de ser bastante estilizado, enquanto Carnaval foi produzido em estúdio e parece uma viagem surrealista.

Laura Bush tem um senhor problema começa em uma luxuosa cobertura em Boa Viagem, onde um homem aparentemente poderoso está aos gritos com uma garota, que se revolta e resolve tomar várias doses de cachaça na beira da praia. Uma outra mulher a encontra e as duas seguem andando pela cidade até chegarem a um morro de Casa Amarela, quando acontece uma manifestação contra um tal político chamado W. O clipe prende a atenção, foge de redundâncias e impressiona pela fotografia de Christian Perez, mas pode enfrentar problemas em sua carreira comercial por causa das cenas de beijo entre as duas personagens. Percebe-se que todas as imagens foram feitas no Recife, mas a história poderia se passar em qualquer lugar igualmente desigual, que tenha favelas convivendo com bonitas paisagens e altos edifícios.

Carnaval inesquecível na Cidade Alta lembra filmes de Fellini, Bunuel e Peter Greenway ao se situar no limite entre o real e o onírico. O clipe é um delírio carnavalesco noturno, uma viagem de um bêbado jogado no meio das ruas de Olinda, uma alucinação com personagens de visual absurdo, como a punk com tranças rastafári, um frentista que enche a cara de gasolina, um estilista louco interpretado pelo artista plástico Joelson e foliões fantasiados vividos pelos integrantes da banda.

A Mundo Livre S/A liberou todas as suas músicas para quem quiser produzir seu próprio clipe. Trabalhando com um orçamento de R$ 80 mil, a produtora Orquestra Cinema conseguiu bons patrocínios e propôs os dois vídeos para a banda, que aceitou o projeto. Totalmente filmados em Pernambuco, eles podem ser considerados os melhores trabalhos audiovisuais feitos para o grupo, que até agora vinha se equilibrando entre peças mais experimentais do que comunicativas ou em produções paulistas, bancadas por gravadoras, sem muita identidade.

Serviço
Lançamento dos videoclipes da Mundo Livre S/A
Quando: Quinta, 20h
Onde: Cine-Teatro Apolo (Rua do APolo, 121, Bairro do Recife)

sábado

deuNOjc

samba do crioulo doido típico dessas matérias que querem explicar o mundo e não têm espaço no jornal. valeu (muito) pelo esforço da menina Gama, e pela gréia da foto, mas não faz - por exemplo - uma diferença clara do que é feito em vídeo pra o que é feito em cinema. ficou no ar. e parecendo que a gente fez o clipe com 5.000 e torrou o resto em droga. cinema é caro e ainda estamos longe de conseguir pagar decentemente alguns profissionais que trabalharam pra caralho no processo. nós mesmo, saliento com pesar e minha conta de celular em mente, estamos incluídos no rol dos cachês de 0,00.

Música em movimento
Publicado em 02.08.2006


Bandas pernambucanas apostam em videoclipe como uma forma mais forte de divulgação de seus trabalhos, mas esbarram nas dificuldades financeiras

CONCEIÇÃO GAMA
A geração musical pós-mangue veio acompanhada por uma efervescência cinematográfica no Estado, fruto da revolução digital que barateou o custo dos equipamentos de vídeo. Para qualquer banda pernambucana que se preze, hoje, gravar um videoclipe é quase tão importante quanto gravar um disco.


“O videoclipe é um meio de divulgação fundamental atualmente. Podemos disponibilizá-lo na Internet para qualquer pessoa ver. Quando resolvemos fazer um videoclipe, entramos em acordo com o diretor e dividimos o roteiro, para que o vídeo fique com a cara da banda. Apesar das dificuldades, não podemos deixar de filmar”, conta Rogerman, vocalista da Bonsucesso Samba Clube, banda que tem quatro clipes gravados e dois discos lançados.

O cantor e compositor Lula Queiroga, com dois discos lançados, três clipes prontos, mais um em fase de finalização e um DVD ao vivo em edição, concorda com Rogerman. Segundo ele, o videoclipe cria uma identidade visual que complementa a identidade musical do artista. “O clipe mostra para que o artista veio. Ele conta uma história que às vezes vai além do que a música fala”, conta.
O diretor Nilton Pereira, cineasta da produtora TV Viva, organização não-governamental ligada ao Centro de Cultura Luiz Freire, afirma que a revolução digital trouxe uma maior democratização da mídia vídeo. “Uma Betacam, na época que nós compramos, há 15 anos, por exemplo, custava 45 mil dólares. Hoje você compra uma boa câmera digital com 5 mil dólares. As tecnologias atuais baixaram os custos e facilitaram a vida de todo mundo”, comemora.


Mas nem tudo são flores. O acesso mais fácil aos equipamentos de vídeo não veio acompanhado de uma estrutura no Estado que possibilite a realização de grandes produções. “Aqui no Recife não há uma infra-estrutura de cenários para cinema. A gente tem uma cena musical mais avançada que a produção de videoclipes. Nos últimos anos houve um aumento no número de produções, mas elas ainda são, na maioria, semiprofissionais. Em cinema há uma certa tradição por aqui, mas em videoclipe ainda não. E isso não acontece por falta de competência, mas por falta de dinheiro mesmo”, argumenta Pedro Severien, que faz parte da nova geração de diretores do Estado.

Outro diretor da nova geração, Daniel Aragão, concorda com o fato de haver dificuldades na realização de videoclipes em Pernambuco. “Todo mundo aqui faz clipe praticamente de graça. Apesar de o Estado ter expressão artística na área do audiovisual, especificamente a mídia videoclipe é apenas mais uma forma de se fazer. Videasta recifense é muito ansioso por trabalho e daí termina fazendo tudo”, confessa. Daniel assina a direção dos clipes Além da razão (2005), da banda Rádio de Outono, É o tchan da garrafa (2005), da Profiterólis e a fotografia de Deixe-se acreditar (2006), da Mombojó. Ele ganhou o prêmio de melhor videoclipe no Festival de Gramado 2005 com Ireny, da Mula Manca & A Triste Figura, clipe em que dividiu a direção com Gabriel Mascaro.

Marcelo Pinheiro, da Luni Produções, também vê de perto as dificuldades de realização. “Aqui dificilmente se roda em 16 mm. Sou sempre procurado por bandas, muitas vezes bandas boas e por que eu me interesso, mas elas não têm dinheiro, aí fica complicado. Com o apoio total de uma produtora, o artista precisa desembolsar 6 ou 7 mil reais no mínimo para fazer um clipe legal”, afirma. Marcelo dirigiu, dentre outras realizações, Propróstata, da Textículos de Mary, que foi indicado como melhor clipe ao Video Music Brasil 2003, premiação da MTV. O clipe mais recente assinado por Marcelo é Nas terras da gente, de Silvério Pessoa, lançado há um mês, e tem co-direção de Jeanine Brandão.

Não é por causa da falta de estrutura que se deixa de experimentar novidades nas produções dos videoclipes pernambucanos. Raul Luna, que dirigiu Cabidela (2003), da Mombojó, O lago (2004), da Superoutro e Marchinha (2005), da Parafusa, é um nome forte da nova geração de diretores de videoclipe, que abusa da criatividade para driblar as dificuldades de baixo orçamento. “Estou filmando o clipe da música Dreams, da Mellotrons e um DVD inteiro da Superoutro, com clipes de singles e experimentos. Antes eu acreditava que se usasse o melhor equipamento teria o melhor vídeo. No entanto, hoje eu observo que vale mais a qualidade conceitual do que a técnica em si. Para o clipe da Mellotrons, por exemplo, estou usando uma câmera de VHS, ultrapassada e buscando a estética dos anos 90. Experimentar é sempre válido”, conta.

Depois do sucesso, vem o Sudeste
Publicado em 02.08.2006
Artistas pernambucanos que ganharam renome nacional nos anos 90 deixaram de produzir clipes em Pernambuco no auge da carreira

A produção de videoclipes em Pernambuco teve um boom no início dos anos 90, com trabalhos produzidos de forma independente. No entanto, a partir do momento em que os artistas assinaram com grandes gravadoras, deixaram de realizar os videoclipes no Estado e passaram a produzir os vídeos no eixo Rio-São Paulo. “No início dos anos 90, o Manguebeat englobou várias áreas artísticas e havia uma efervescência do movimento. Conhecíamos as bandas e fazíamos os clipes de graça porque acreditávamos nelas. Quando elas assinavam com uma gravadora, esperávamos que fossem continuar gravando com a gente, com financiamento e uma estrutura melhor. No entanto, as gravadoras tiraram o trabalho da gente e fizeram os clipes dos artistas pernambucanos no Sudeste”, conta o cineasta Kléber Mendonça Filho.


A Mundo Livre S/A é uma das bandas que se encaixam nesse perfil. “Fizemos alguns democlipes com a TV Viva, antes de fecharmos com a gravadora. Depois todos os nossos clipes foram feitos em São Paulo. Em 2003 saímos da gravadora e lançamos O outro mundo de Manuela Rosário, completamente independente e sem orçamentos para clipes. Aí liberamos as músicas para quem quisesse fazer clipe. Recebemos trabalhos do Brasil todo, foi muito gratificante”, comemora Fred 04, vocalista da banda.

O único clipe do álbum feito em Pernambuco foi produzido pela TV Viva. O outro mundo de Xicão Xucuru, dirigido por Nilton Pereira, é de música composta por Fred 04 a partir de um documentário produzido pela ONG. “Aqui no Recife nunca tivemos uma exibição tão grande como aconteceu com Xicão Xucuru, que passou várias vezes na TVU. Do vendedor do fiteiro ao motorista de táxi, todo mundo veio falar com a gente dizendo que viu o clipe”, afirma Fred 04.

Com o novo álbum, Bebadogroove, a banda deu continuidade à experiência de clipe genérico. Em Pernambuco estão sendo realizados dois videoclipes do disco, Carnaval inesquecível na Cidade Alta e Laura Bush tem um senhor problema, ambos dirigidos por Pedro Severien. “Quando pensamos nos clipes, queríamos qualidade de produção para que eles entrassem no circuito. Elaboramos então um orçamento para filmagens em Super 16. Conseguimos 45 mil da Chesf e 25 mil da Prefeitura do Recife, mas o orçamento mesmo era de 88 mil. Teremos algumas dificuldades, mas sai”, conta Pedro. As filmagens dos dois videoclipes serão realizadas no fim do mês. (C.G.)

MTV ainda é objetivo das bandas
Publicado em 02.08.2006
Aparecer na MTV para uma banda de hoje é tão importante quanto ter músicas tocando nas rádios. Isso porque a emissora tem ajudado a formar o gosto musical de grande parte da juventude e as bandas sentem a necessidade de fixarem a sua imagem perante o público.
“Músico é muito vaidoso. Por mais que o clipe tenha sido feito de forma independente, as bandas se comportam como se tivessem se vendendo, com a intenção de entrar na MTV e outros canais comerciais”, conta o diretor de clipes Daniel Aragão.


Bárbara Jones, vocalista da Rádio de Outono, concorda com o diretor. “A MTV hoje é como o rádio antigamente. As pessoas que não têm curiosidade de procurar coisas novas, que querem receber as músicas já prontinhas, embaladas, formam o seu gosto musical a partir da emissora”, afirma. Segundo Bárbara, depois que o clipe de Sabe tudo estreou na MTV, o retorno do público foi muito significativo. “Recebemos e-mails de gente do Brasil inteiro elogiando o clipe”, conta.

A banda Mundo Livre S/A deve boa parte do seu sucesso nacional à emissora. “Somos os únicos artistas de Pernambuco a figurar o primeiro lugar do Disk MTV, com o clipe de Livre iniciativa, em 1994. Na época não existia jabá na TV, a MTV era uma coisa de quem era apaixonado por música. Os VJs eram críticos de música, não modelinhos”, afirma. Fred conta que chegar ao topo não foi tão simples. “Estávamos no auge da carreira. Havíamos sido escolhidos como artista revelação pela revista Show Bizz. Então Titi, o filho do dono da MTV, nos convidou para fazer o clipe. Para a nossa sorte, tivemos esse apadrinhamento”, revela.

Outra banda pernambucana que conseguiu sucesso nacional por meio da MTV foi a Paulo Francis Vai Pro Céu. O clipe da música Perdidos no espaço ganhou o prêmio de melhor democlipe no Video Music Brasil 1998. “As pessoas não acreditavam que a gente ganharia o prêmio porque bandas de Recife não ganhavam. Foi uma surpresa para todo mundo. Até hoje somos os únicos pernambucanos premiados no VMB”, conta André Balaio, vocalista da banda. No entanto, segundo Balaio, a banda não soube aproveitar o sucesso que chegou junto com a premiação. “Sem dúvidas o clipe ajudou muito a divulgar nosso trabalho. Fechamos vários shows no Rio e em São Paulo. Mas depois a banda ficou um tempo parada e acabou um tanto esquecida”, lamenta. (C.G.)

Fazer uma produção caseira é mais fácil do que parece
Publicado em 02.08.2006
Hoje, para fazer um vídeo, não é necessário sequer ter uma câmera filmadora. E, para divulgá-lo, é apenas necessário ter acesso à Internet. A estudante de Radialismo e TV da Universidade Federal de Pernambuco, Sofia Egito, provou isso ao realizar o clipe da música Space bolero, da banda Asteróide B-612, todo com fotografias digitais. Ela disponibilizou o vídeo no site Google Videos e enviou uma cópia para a MTV, que o exibiu no programa Ya! Dog.


“Não foi difícil de fazer. O clipe levou quatro dias para ficar pronto. Foram dois dias para a sessão de fotos e mais dois dias para a edição. Editei as fotos no meu computador de casa mesmo e a edição do vídeo fiz numa ilha de uma universidade particular”, conta.
Sofia gostou tanto da experiência que pretende levá-la adiante. “Quero comprar uma câmera e equipar meu computador pessoal para poder fazer edições em casa. Sei que é um mercado que está crescendo”, vibra. (C.G.)