terça-feira



CARNAVAL 2006 VI

Vídeo conta saga da Turma do Saberé
Publicado em 21.02.2006

MARCOS TOLEDO

Contar a história do samba no Recife é narrar uma das muitas histórias de resistência cultural em Pernambuco. Enquanto a música pop encontrou sua rota de evolução, o samba continua enfrentando dificuldades. Onde samba o Recife: histórias do bairro de São José, documentário realizado por Anselmo Alves & Antônio Flávio Tabosa, ilustra bem essa saga.

O vídeo, com 23 minutos de duração, conta um pouco da trajetória de 45 anos do Bloco de Samba A Turma do Saberé, completada no ano passado. O trabalho é exibido amanhã, a partir das 20h, em frente à sede da agremiação, no Pátio do Terço (Bairro de São José, Centro do Recife). O acesso é gratuito.

A despeito de suas características biológicas, o saberé, de acordo com os integrantes do bloco homônimo, é um peixe que belisca a isca, mas não se deixar pegar. Também era o apelido de um indivíduo que, segundo discorre a lenda, entrava em um bar no bairro de São José, sentava e, sem dinheiro para beber, levantava-se e ia embora. Uma coisa ou outra, garantem, tem a ver com o grupo.

Causos engraçados como esse são contados por veteranos da agremiação, como o carnavalesco Valdir “Queijinho” Farias – cujos depoimentos conduzem o documentário, o mestre de bateria Gislan, o Filho de Nego, o presidente Celso Pereira, os ritmistas Pelé da Cuíca e Fábio Gomes, e os sambista Hélio “Bocão” Romão dos Santos e Boneco de Mola.

Grupo de homens, que depois do Carnaval tem que se justificar perante às companheiras, Saberé já gerou até dissidência: indignadas, as mulheres dos saberés fundaram o bloco Traquina, também mostrado no documentário.

Porém, o que predomina no vídeo é o relato das constantes dificuldades enfrentadas pela Turma do Saberé para colocar o bloco na rua, seja pela falta de fantasia, de instrumento ou qualquer item de infra-estrutura. A animação, entretanto, como é comum em todo o Carnaval, ajuda a dar disposição e alegria para superar os problemas. E todo ano lá estão os foliões, muitos deles inseridos na festa ainda crianças, agora levam seus filhos e netos para tomarem gosto pelos dias momescos.

Exibição do vídeo Onde samba o Recife: histórias do bairro de São José, de Anselmo Alves & Antônio Flávio Tabosa. Amanhã, a partir das 20h, em frente à sede do Bloco de Samba A Turma do Saberé (Pátio do Terço, Bairro de São José, Centro do Recife). Acesso gratuito.

E o bom de sair nessa matéria de Marcos Toledo é que ele arruma tempo (espaço) pra fazer uma crítica – elegantíssima, por sinal – do conteúdo do vídeo, sem se limitar ao serviço [onde, como e que horas] da parada.

E não fica aquela coisa Videodrome [coluna do próprio, no mui estimado JC] onde os textos têm que sair telegráficos: “Filme + ou -. Trama boa, condução não. Qto, sala e dep.”

Para quem pretende ficar de bobeira pelo bairro de São José na noite de quarta-feira e tiver lido esse blog a tempo: - Você existe? Duvido um pouco... prove!

Sim, e depois do vídeo, direto pro show do Negroove no Recife Antigo.

sábado


“agora é oficial : Pernambuco, vai tomar no cu!”

aos tabacudos da organização do festival de vídeo de Pernambuco;

entendam de uma vez por todas : não há mal nenhum em exibir o vídeo sem que ele concorra a algum prêmio do vosso festival. Excrusive, a figura acima exibe o fac-símile da programação onde a minha própria pessoa foi a responsável pelo segundo vídeo exibido na mostra não competitiva do festival da Bahia. Com muito orgulho de exibir em terras soteropolitanas, lugar impossível de ser alcançado sem uma exibição televisiva de rede nacional. Bastou que me avisassem disso. Duvido muito que algum realizador (aqui significando diretor, produtor ou ator) dos vídeos de ficção do último festival de vídeo “do Recife” tenha achado ruim a idéia de distribuir a grana da premiação – originalmente destinada a eles – em menções honrosas de todas as outras categorias. O que não pode, funcionários da Fundarpe, Sr. Marco Henrique Lopes, representantes do Governo do Estado de Pernambuco é a falta de afinação entre Comissão de Seleção e Comissão Julgadora. Ou como disse o diretor Cláudio Assis, na atitude mais honrada que eu já vi numa premiação desse tipo, em Salvador, quando da “desqualificação para premiação” do curta Texas Hotel – descartado como todos os outros curtas do festival por não apresentarem afinidade com o tema “Cinema para um mundo melhor” (sic) : “agora é oficial : Bahia, vai tomar no cu !”

sexta-feira



dia triste do caralho.